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Sunday, May 22, 2005

Ficção

Os beijos pareciam molhados, ainda que de alguma forma as bocas estivessem secas. Os liquidos estavam por cima e desciam, num movimento que inicialmente quebrava a lei da gravidade e no final a obedecia. Por isso se chama lei, finalmente entendi. As leis se aplicam no final.
Estavam sentados atrás da geladeira, era dia de descongelar, estavam também embaixo do varal composto por calcinhas e roupas molhadas, que óbvio, pingavam. A moça do tempo previa chuva pra aquele lugar, apenas pra aquele lugar. Chuva vinda, bem-vinda, do teto. Havia muita agua pra evaporar, talvez se tornasse uma grande tempestade. Eles nao sairam de lá. Ela nao saiu até hoje.
Um universo paralelo estava sendo construido naquela área de serviço, com uma unica estação: Inverno. Com um unico sentimento: A perda. Com uma unica palavra: Adeus. Elementos essenciais pra eternização juvenil de algo.
Ela parecia desejar estar sentada no tanque com a calcinha abaixo do joelho. Sabia como tudo era detestavel e monotono. Porque lutava? Lutava por tudo q a contestasse. Não tenho mais noticias, ela deve estar lutando sozinha pra nao morrer afogada, me falaram que ela sabia sobreviver, tudo vai ficar bem.

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