Além da ponte...

- Alô? Gostaria de falar com Joana.
- È ela.
- Oi é o Lopes.
- Oi Lopes.
- Joana, pode trabalhar hoje?
-Ahm, bem, acabei de acordar... nao sei
- Voce vai ganhar o mesmo da outra vez.
- Bom... entao tá.
- Pode chegar mais tarde dessa vez
- Ok

Aí Tita chegou... eu nao ia poder sair com ela, chamei ela pra me acompanhar, ela nao quis, estava cansada e achava q nao valeria a pena, e nao valeria mesmo. Eu queria ficar com Tita, mas seria um dinheiro tão facil q eu nao podia rejeitar.
O Publico era engraçado, baixo nivel, mas engraçado. Sapatas no melhor estilo, digamos, sapata. Gays no melhor estilo carga pesada, heteros desesperados procurando outros heteros, uma gordinha feia com um chicote na mao vestida de dominatrix, um chefe que sempre carregava uma bolsa atravessada no corpo com varias chaves fazendo barulho e mais alguns seres inexplicaveis.
Fiquei lá a noite toda em pe, sorria pra um, emprestava isqueiro pra outro, ouvia o sofrimento de todos. Só nao fazia o que estava sendo paga pra fazer, embebedar os outros. Ninguem queria um drink, muito mal queriam cerveja, o mais etilico q vendi foi um licor de menta. Quem bebe licor de menta? Ainda pior, pediram cherry bomb e beberam de canudinho... é SHOT! Tá, esquece...
Val foi comigo, tadinho, o som era insuportavelmente alto e ruim, o uisque era batizado e eu nao estava com vontade de beber. O Val acabou me abandonando pra ir beber chopp , fiquei o resto da noite ouvindo uma louca me cantar, e no final, no melhor estilo rejeitada a mulher se vira pra mim e fala "Voce ainda tem muito o q aprender, criança". Okaaay.
Hoje vou sair com Tita, o Val vai ficar bebado e até a Joaquina vai, talvez o jota, ou o fidel...
Mas nao quero mais trabalhar, quero viver de renda.