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Friday, May 13, 2005

o Ramos se foi

Estavamos calmos aqui em casa, tinha acabado de chegar de um dia cansativo zanzando por ai. E quando cheguei estava todo mundo feliz, parecia até uma casa de familia, Tita rindo, Jota rindo, Ramos rindo, Val rindo e eu cansada... mas rindo e igualmente feliz.

- Joana, preciso falar com vc depois...
- O que é Ramos?
- Eu vou voltar pra casa dos meus pais.
- Hã? E agora?
- Eu nao vou sumir
- Duvido, aposto q vai.

Eu conheci o Ramos em Agosto do ano passado, ele já era o sr-sou-barman-da-fosfobox, e uma das primeiras coisas que ele viu qndo colocou os olhos em mim é q eu era uma verdadeira destrambelhada, deve ter ficado com medo de eu quebrar todas as garrafas do bar. O que foi q ele viu? Bem, eu cai da escada e sai descendo batendo bunda. Ótima primeira impressao.
Depois disso tudo foi crescendo.
O safado foi o culpado do maior porre da minha vida, da minha primeira amnésia alcoolica, vomitei na boate toda, num dia q eu nao tava trabalhando, claro. Ainda por causa dele, vomitei no quintal das freiras (é q houve uma epoca em q eu morei num pensionato de freiras, péssima epoca). E isso virou rotina, sempre me causando amnésia, foi aí q percebi q o Ramos era culpado de tudo, ia destruir o mundo, e eu achava isso divertidissimo. Como ele era culpado eu ligava pra ele no dia seguinte pra descobrir as coisas q eu tinha feito e falado, e eu descobria cada coisa medonha.
Um dia estavamos bebados fora do seu ambiente de trabalho, a Nina que apartir daí se tornaria uma grande amiga, resolveu q nós dois deveriamos namorar. Tsc tsc, nao ia dar certo, mas no final deu, de outra forma mas deu.
Eramos amigos e mais nada. Eu viajei logo depois do começo desse namoro estapafurdio e larguei a casa com o Ramos e o Jota. Quando voltei, o Ramos havia me traido, e nao apenas me traido, mas me traido na minha casa. Aquilo foi um alivio, a soluçao pra tudo, assim poderiamos continuar amigos, eu nao o magoaria pq ele tb nao gostava de mim. E pra melhorar tudo o Ramos escolheu a melhor namorada, a Lara, que se tornou minha mãe por adoçao minha.
Ele se mudou pra ca, estava sempre dormindo, ou estimulando a bebida. E como bebemos nessa casa, e ainda temos as garrafas vazias pra provar e agora mais do nunca, garrafas vazias me parecem infinitamente tristes. Agora ninguem vai beber comigo nas segundas-feiras, nao vou morrer de rir, nem morrer de raiva, e ninguem vai me chamar de desleixada. E pra quem vou alugar Os incriveis? E quem vai fazer um miojo pra mim qndo eu estiver morrreeeendo de preguiça? Quem vai me analisar e dizer q eu tenho mania de estragar tudo? E se a Lara tb resolver sumir? Quem vai cuidar de mim e me afastar de drogas malignas?
Confesso que chorei. E hoje ele passou aqui pra me dar um abraço antes do trabalho, triste. Amanha ninguem vai chegar de manhã morto de cansado com um baseado que ganhou do taxista pedindo pra eu apertar pq ele ainda nao sabe fazer isso.
É o fim de uma era, de uma era feliz. É o fim dos sorrisos. Primeiro o Oliveira se foi, agora o Ramos, só me falta o Jota me abandonar. A vida não é justa, é cheia de pequenas mortes crueis.

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