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Thursday, July 21, 2005

até onde uma ressaca pode me levar...

por enquanto só até Paraty...

Terça-feira após uma Maldita, morrendo de ressaca e de dor pela minha propria inutilidade, descobri uma coisa q já devia ter descoberto há mais tempo, eu posso viajar, simplesmente ir, nao devo nada a ninguem e ponto. Por que ficar em casa fazendo nada se eu posso fazer nada em uma cidade desconhecida?
Coloquei pouquissimas coisas na mochila e fui pra rodoviaria, ainda meio em duvida pra onde iria e se iria mesmo, nao avisei a ninguem, nao dava pra avisar, era ir ou ir. Comprei uma passagem pra Paraty. E o fato é que desde que sai de casa as coisas aconteceram de tal forma que nao tive tempo se quer de pensar em desistir.
No ônibus mandei uma msg avisando pro Ramos que estava indo e fiquei acordada, a paisagem era linda e desejei ter minha camera comigo, mas nao tinha espaço e acho que o que eu queria mesmo era escrever um pouco.
Quando cheguei percebi que tinha feito uma belissima escolha, tudo o q eu queria era uma cidade pequena com rodoviaria bem perto do centro, com ruas de pedra, igrejas, pessoas desconhecidas, bons restaurantes e pousadas aconchegantes. Procurei por um albergue, o que eu fiquei era muito lindo e ficava beirando o mangue, sentei numa mesinha e fiquei olhando os peixes pulando enquanto fumava um apetitoso marlboro.
Consegui arrumar um dormitorio sem ninguem, e fiquei lá no quarto relendo Sonhos de Bunker Hill e pensando sobre a vida, mais especificamente a minha. E que vida... uma boa vida, sem duvida, mas muito tumultuada, sempre arrumo confusao, me meto em roubada e sempre saio ilesa. Nao conversei com ninguem, nao queria interagir.
Confesso que 48 horas sem conversar com alguem é bem estranho pra mim, estou muito mal acostumada com pessoas sempre por perto.
Foi bom, entrei onde queria entrar, andei até onde queria andar, comi o que queria comer, olhei pra onde queria, escrevi, vi procissao, ri dos outros, ouvi conversas alheias, dormi até sentir dor nos tendoes e olhei pro horizote por 3 horas seguidas. O gerente do albergue deve ter me achado bem estranha, mas eu nao tao ligando muito pra isso.
Cheguei no Rio a algumas horas atrás, encontrei o Fidel e o Jota no onibus enquanto voltava pra casa. Estou feliz agora, viajar assim sem planejar e sozinha faz muito bem, pelo menos pra mim, e saber que meus amigos estao aqui e gostam de mim me acalma.
Nao mudei, nao sou uma pessoa melhor, nem mais corajosa, nem cheia de novas experiencias. Mesmo assim meu humor por enquanto está muito melhor, joguei minha chatice pra bem longe das pessoas queridas.
E escrevi...

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